Mas, por que "Abrindo o Baú"?

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Você deve estar se perguntando: por que escolhi "Abrindo o Baú"?

Antes de iniciar a minha história, se faz necessário explicar que desde novinha minha mãe identificou que eu era bem precoce e disciplinada, daquelas crianças que compreendiam e colaboravam com tudo o que acontecia ao seu redor. 

Desde criança sou bem agitada, uma verdadeira antena receptora que captava tudo ao redor, movida de uma cabeça pensante. Devido ao fato de ser filha de professora, fui alfabetizada cedo e aos 5 anos já lia relativamente bem; desde então passei a desenvolver o gosto pela leitura e para se ter uma real ideia de como eu sempre fui, se não estivesse com um livro nas mãos, não estava satisfeita... inclusive tenho recordações de me esconder no banheiro para não ajudar na faxina de sábado e ficar lendo bula de remédios (rsrs). 

Quando criança adorava fábulas e contos de fada, que me levavam bem distante da realidade difícil em que eu vivia.

E desde pequena imaginava que dentro de cada um de nós, existia um baú parecido com aqueles dos contos ou dos filmes de pirata, mas que ao invés de ter um rico tesouro cheio de joias e moedas de ouro, esse baú seria repleto de recordações.
Neste baú imaginário, teríamos um espaço especialmente reservado para as “boas lembranças”... Sabe aquelas que nos traz à tona momentos de puro amor, que nos adoçam a alma e nos remetem a acontecimentos positivos, singelos e agregadores? 
Essas mesmo...

Teríamos também as lembranças que vou chamar de “café com leite”... Aquelas que quase nunca lembramos e que devido a nossa memória seletiva, só surgem em nossa memória esporadicamente, como num passe de mágica: quando ouvimos uma frase, uma música, sentimos um cheiro ou quando reencontramos alguém que fez parte de nosso convívio...

Mas, também encontraríamos em espaço reservado para as “más lembranças”... Sabe aquelas recordações que, muito embora jamais gostaríamos de tê-las vivido, inevitavelmente elas estão lá... num cantinho bem escondidinho no fundo do baú, esperando para ser redescoberta? Sabe aquelas recordações que nos deixa com o coração apertado e com um sabor amargo na boca? 
Sim... essas mesmo... que embora sejam bem difíceis de recordar, nos lembram que temos dentro de nosso ser uma grande capacidade de superação, que nos dá força para batalhar e sobreviver e vencer; e que nos faz saber que no fundo, sempre nos resta como prêmio: crescimento e amadurecimento. 
Essas mesmo.... acredite, elas também são importantes!

Ahhhhh.... elas as lembranças: agradáveis e desagradáveis!
Natural que seja assim...
Afinal de contas, como sempre digo não somos Alices e não vivemos no País das Maravilhas e o Universo nos reserva, bons e maus momentos...

Inevitavelmente, não escolhemos o que “carregamos” em nosso baú.
Afinal de contas, esse baú de histórias faz parte da nossa trajetória de vida, onde cada um tem o seu... e nessa trajetória não só passamos por coisas positivas, mas também por situações difíceis e doloridas.

Entretanto... o que podemos escolher e isso sim, fará toda a diferença para o resto de nossas vidas: é a maneira como lidamos e como administramos seu “peso” e seu “conteúdo”.

Sofrer é inevitável...  aliás, faz parte de nosso processo de amadurecimento...

Mas, não entregar-se ao sofrimento e lutar de cabeça erguida, esses sim... são os reais segredos da vida.

Honrar nosso baú, ou seja, nos orgulhar de nossa história... e saber utilizá-lo da maneira mais construtiva, é o grande desafio dessa vida e que verdadeiramente faz toda a diferença na forma como enxergamos a existência e os desafios impostos para nossa sã sobrevivência.

E você?
Já refletiu... como você encara o conteúdo de seu baú???

Reflita, e se sentir-se confortável, compartilhe comigo!

Abraço,
Simoni

Por que esse blog?


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Há anos ouço de quem conhece profundamente a minha história, que ela daria um livro...

Desde criança tive de aprender a conviver com um lar desestruturado e com todos os problemas decorrentes de um grave problema que assola milhares de famílias, o alcoolismo. Minha família não foi a primeira e não será a última a sofrer desse mal... Por muito tempo, tive vergonha dessa condição familiar e era um assunto tabu fora de meu círculo familiar.

Ainda tive que aprender a conviver com a dor da perda de minha mãe aos 16 anos, tornar-se a responsável em cuidar de meu irmão de 11 anos à época, conviver com o alto grau de alcoolismo que culminou na perda de uma visão de meu pai, conviver com a dependência química em meu núcleo familiar, superar o afastamento de pessoas amigas e de familiares. Além disso, amadurecer de um dia pro outro e ainda conviver com todas as nuances de uma adolescente como outra qualquer: repleta de planos, expectativas, descobertas e medos inerentes à essa fase da vida.

Tudo o que descrevi acima me causava muita dor, não havia um dia sequer que eu não derramasse lágrimas de dor e de revolta pela ausência da minha mãe, pela postura violenta do meu pai, pelo sofrimento nos olhos de meu irmão, pelo afastamento de avós e tios. Enfim, por toda uma fase extremamente difícil.


Levei anos para compreender que não poderia continuar me revoltando pela minha história e pelos acontecimentos que o Universo impôs à minha existência. Compreendi que o ditado: "Deus não coloca um fardo que não podemos carregar" é uma grande verdade. 


Tive um amigo muito especial (que me apaixonei por ele), que me ajudou neste processo, ele e seu pai foram cruciais para que eu encontrasse algumas respostas no kardecismo e; assim, passei a compreender que tudo o que estava passando, as dores, as perdas eram parte da minha trajetória e que eu deveria aprender algo com todas as situações impostas pelo Universo.


Com o passar do tempo, amadurecimento pessoal e autoconhecimento, aprendi a honrar minha história. Diante disso, resolvi me apropriar das experiências que determinaram o que sou; e percebi que se compartilhasse essas dores e experiências com pessoas que possam vir a se identificar com essas vivências, além de exorcizar alguns "monstros" ainda existentes, também poderia ajudar outras pessoas que passam ou passaram por algo semelhante e talvez servir de exemplo de como superar as adversidades impostas pelo Universo.

No final de 2012 decidi escrever um livro, mas devido a um trágico e decisivo percalço da vida em 2014, interrompi meu livro e meu outro blog, o Além do RH, pois essa perda me bloqueou e me fez perder a inspiração para continuar escrevendo. Neste caso, o processo de luto foi longo e doloroso e agora, passado um tempo resolvi iniciar esse blog para publicar as passagens já escritas de meu livro e recuperar a inspiração e a vontade de compartilhar minhas histórias e ter forças para dissertar sobre esse acontecimento recente que tanto mexeu com minhas estruturas.

Estou aprendendo a reconhecer uma força interna muito grande, que hoje sei que se chama resiliência. Ainda hoje choro muito pois o choro para mim é uma possibilidade de libertação, mas não me abato já que olho para trás e penso em tudo que passei e sobrevivi com integridade e de cabeça erguida.

Neste blog você encontrará temas que fizeram parte de minha trajetória como: alcoolismo, bullying, violência doméstica, AA, morte, educação, exemplo de vida, família, dependência química, autoconhecimento, coragem, fome, integridade, preconceito, julgamento, Fé, religião, superação, origens, gratidão, suicídio, luto, entre outros.

Esse blog não será um blog triste, pelo contrário será um blog alto astral, para quem deseja ver o lado bom da vida, inclusive da passagens tristes. Aqui você encontrará música, poesia, ditados populares (que um bom mineiro adora...rs) e mensagens de otimismo.

Não que eu ainda não fraqueje... longe disso, ainda hoje derrapo em momentos, de questionamentos, de busca de compreensão, mas quando recobro a consciência percebo o quanto sou forte, especialmente quando olho para trás e vejo o quanto progredi enquanto pessoa e o quanto ainda posso me tornar melhor do que sou hoje: mais leve, menos questionadora... Sempre tive tendência à vitimização, mas hoje compreendo que não há vítimas, somos todos responsáveis de alguma forma, por todos os acontecimentos em nossas vidas.

E compreender que depois de tudo, nossa missão nessa vida é muito simples: SER FELIZ!


Andréa Frangakis e eu em Santos/SP na Ação do Coração de 2013
E aqui, vai um agradecimento especial:
À Andréa Frangakis.

Uma pessoa que o Universo colocou em meu caminho, que tem sido extremamente importante com suas palavras e exemplos de solidariedade, vida, família e Fé.
Um ser humano incrível que oferece o seu melhor sem exigir nada em troca, que tem me apoiado com atenção e carinho e tem me feito refletir sobre a nossa verdadeira missão nessa vida.

Déa, toda a minha gratidão!

Adoro você...

Espero sinceramente que este blog seja inspirador...

Abraço a todos!
Simoni

Dedicatória e profunda gratidão...

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Não há no mundo
 exagero mais belo
que a gratidão."
 por Jean de La Bruyere, pensador francês





Cresci ouvindo minha mãe dizer que a gratidão é uma das qualidades mais importantes do ser humano e confesso que, isso tornou-se um mantra na minha vida.
Outro ensinamento que Dona Dulci, uma educadora, deixou como exemplo de vida é de que sempre devemos compartilhar nosso aprendizado e tudo aquilo que temos de construtivo.

E essa é a melhor oportunidade para manifestar minha gratidão por ela e por todas as pessoas importantes na minha vida, mas sobretudo essa é uma oportunidade para compartilhar:
tudo o que a vida me ensinou...
e ainda ensina...
e continuará ensinando...

Aprendi com o Universo, que a vida é feita de ciclos e ao conviver com tantas pessoas em tantos ciclos da minha trajetória, sinto que cada pessoa - cada uma à sua maneira, teve fundamental importância na formação da pessoa que me torno, a cada dia.

À quem passou e se foi para outro plano espiritual, esse blog é para você...
À quem passou e a vida se encarregou de traçar outras rotas, esse blog é para você...
À quem passou e permanece, esse blog é para você...

De forma especial:
à minha maior heroína, minha eterna e amada mãe, Dona Dulcinéa.
à companheiro e parceiro de vida, Alê.
Gratidão pelo amor por mim!

Amo vocês!
Simoni

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